UMA BANDA MÁGICA

"Você já prestou atenção nas sugestões do botão ‘Reprodutor Automático’ do YouTube? Não? Caro leitor, é melhor você olhá-las com mais carinho...”

Mesmo com a chegada dos serviços de streaming, o YouTube continua sendo uma das plataformas mais usadas e acessadas para ouvir música. Duas das principais razões se devem à possibilidade de assistir aos videoclipes das músicas e de ver shows de seus artistas preferidos.

Conforme o sucesso do YouTube cresce, mais ferramentas são desenvolvidas a fim de melhorá-lo. Uma das mais recentes adições foi o botão de reprodução automática, que se baseia em coisas que você ouviu ultimamente. Ele tenta ‘entender’ o seu gosto musical, seleciona novos videos e te sugere bandas, artistas ou canções que você provavelmente irá gostar.


Ainda que muitas pessoas o desativem, aqui vai um conselho de amigo; não faça isso (ou: pare de fazer). Por que? Bem, porque as melhores músicas podem estar escondidas lá. Eu mesma já encontrei quatro excelentes artistas através das sugestões maravilhosas do YouTube.



O primeiro deles foi o nosso Artista da Semana, The Magic Gang, uma banda que desde que descobri, simplesmente não consigo parar de ouvir. Há uma certa complexidade em sua simplicidade que me comove toda vez. Você compreenderá melhor quando falarmos mais sobre eles. Está tudo pronto, vamos levantar as âncoras e dar início à nossa viagem.

The Magic Gang
(Source: http://diymag.com/2015/12/11/the-magic-gang-class-of-2016-interview)



O Começo da Gangue

O grupo mantém sua formação original até os dias atuais, eles se uniram durante a época da faculdade, quando os amigos Jack Kaye (24) e Kristian Smith (25) conheceram outro par de amigos, Angus Taylor and Paeris Giles (ambos 23). Os quatro acabaram se mudando de Bournemouth para Brighton e além de morarem juntos, compartilham a casa de quatro andares com vários outros músicos.


Eles dizem que sua amizade, bem como a banda começaram por acaso, mas soando tão bem juntos, parece que o destino com certeza teve algo a ver com isso. Eles começaram como muitos outros por aí: disponibilizando material na internet. Kris teve uma ideia para uma canção e o quarteto acabou executando-a e postando online, sem grandes expectativas, achando que as pessoas não prestariam atenção… Contudo, elas prestaram.



Pouco tempo depois, The Magic Gang estava produzindo mais músicas e compartilhando-as online, e então fazendo EPs, apresentando-se ao vivo, abrindo o show de bandas como Wolf Alice e, mais recentemente, fazendo sua própria turnê.

A ‘gangue’ é composta por Jack (vocal e guitarra), Kristian (vocal e guitarra), Angus (baixo) e Paeris (bateria). Uma curiosidade sobre eles é que, bem no início, a ideia do grupo era expandir-se e ter 10 membros no total… Ainda que não tenham seguido a ideia, eles tecnicamente tem três vocalistas, isso mesmo: Angus, Jack e Kristian intercalam-se nessa posição.


Trabalhos Lançados

Seu primeiro hit “oficial” foi ‘Alright’ liberado no final de 2015, ano em que a banda formou-se. Em ‘Alright’ há uma certa crueza indie que é impossível não gostar. Recentemente, eles lançaram uma nova versão da música, a qual aparece em seu álbum de estreia. Contudo, eu ainda prefiro a original, onde percebemos algo que a torna única, um brisa fresca de ar, uma verdadeira fonte de mágica.

Um ano depois, eles lançaram “EP”, seu primeiro EP incluindo 5 músicas. Depois dele, vieram mais dois EPs: “The Second Ep” e “EP Three”, nomes bem incomuns, né? Para The Magic Gang, parece que “menos é mais” e nós concordamos com isso.


No início de 2018, o lançamento mais esperado finalmente ocorreu: “The Magic Gang”, o álbum de estreia da banda. E se você precisa de um exemplo de algo que vale a pena a espera, aqui vai um. Cheio de melodias ensolaradas e leves, seu som é sempre simples e direto ao ponto, tendo algo… AQUELE algo, que os torna memoráveis.



Aqui, você consegue encontrar o equilíbrio perfeito entre letras profundas e ritmos animados. O álbum mistura sucessos já conhecidos pelo público, como “Jasmine” e “How Can I Compete” (uma das minhas preferidas!), e novas canções, como “Oh, Saki” e “Getting Along”.


O Que Torna The Magic Gang Tão Especial?

Apesar de bandas com a sonoridade baseada em guitarra aparentemente estarem tendo um período difícil, The Magic Gang parece estar mudando isso, abrindo a porta da frente para que eles entrem novamente. Assinando contrato primeiramente com a Yala! Records e mais recentemente com a Warner Bros. Records, nada parece capaz de pará-los.

A maioria de suas letras são sobre relacionamentos (infelizmente infrutíferos) e coração partido; mas ainda que estes sejam seus “temas principais”, eles conseguem, de alguma forma, manter tudo estimulante e otimista; é como se estivessem te dizendo que para toda noite há uma manhã e que, ainda que você tenha sofrido e enfrentado uma situação difícil, dias melhores virão. Eles são incrivelmente perspicazes, usando letras fortes para falar de desventuras (não de maneira óbvia, é clara) e a melodia para levantar o humor novamente.

O quarteto mágico.
(Source: https://www.fopp.com/)


How Can I Compete?

A definição mais acertada que consigo pensar para descrever essa música é: ela é aquele sorriso enorme que você faz para seus amigos, fingindo que está tudo bem, quando na verdade, por dentro, você está quase morrendo de tristeza.

Isso é o que eu sinto por toda a música, tristeza e uma tentativa de demonstrar alegria, ou, ao menos, normalidade. Isso é o que torna esse single brilhante para mim. Minha interpretação dela é que, alguém está com o coração partido mas tentando ser forte, superar as dificuldades e se recuperar, contudo, quando a ‘pessoa’ em questão parece estar seguindo em frente… ele ou ela tropeça de novo e acaba dizendo “I just wanna know that you will be in my arms” (que significa: “Eu só quero ter certeza de que você estará em meus braços”).



A música é belamente tocada e ainda que haja alguma melancolia nela, podemos sentir uma certa esperança também, por isso, quando voê estiver se sentindo para baixo, esta é uma boa música para se manter por perto.


Getting Along

The Magic Gang já foi coroada minha melhor descoberta de 2018. Eu poderia passar um mês inteiro falando sobre várias de suas músicas, e como “No Fun”, “She Doesn’t See” e “Jasmine” são perfeitas para ouvir em qualquer fase da sua vida. Mas isso tornaria este texto enorme (o que ele já é, então, mais enorme ainda) e estragaria a diversão de você procurar mais sobre o trabalho maravilhoso deles, por isso, falarei com detalhe apenas sobre mais uma canção.


Getting Along foi uma agradável surpresa. Aqui, nós podemos ver a forte influência do Weezer que eles têm e todo mundo comenta sobre. A evolução da música é perfeita, bem como os arrajos de guitarra e, quando a voz de Jack e Kristian se misturam…é o paraíso, o mais pleno paraíso, você consegue até se sentir sendo levantado da cadeira, sério, ouça abaixo e você entenderá:


A dupla soa tão harmonica que eu gostaria de vê-los cantando juntos com mais frequência. A música, em geral, tem batidas fortes, uma melodia envolvente e uma vibe descolada; assim como a maioria de suas músicas, ela nos faz sentir nostálgicos, como se estivéssemos vivendo em uma outra era.


Em um video compartilhado recentemente (que você pode assistir abaixo), os rapazes revelam seu segredo para fazer uma boa música: “a composição deve ser sobre algo específico, mas de forma bem vaga, para que ninguém saiba sobre do que ela trata.”, uma dica maravilhosa, sem dúvidas. Mais alguém pegou papel e caneta para anotá-la? O vídeo é bem divertido e mostra a banda em um ambiente, no mínimo, “curioso”, falando sobre cada uma das faixas que compõem seu álbum de estreia, vale cada minuto da sua atenção.



Tendo dito tudo isso, podemos concluir apenas uma coisa: que seu nome foi uma escolha perfeita, já que suas músicas são tão mágicas quanto eles.

Para acompanhar a jornada empolgante deles e ouvir suas músicas, saber mais sobre as próximas datas de sua turnê e onde você pode adquirir seu álbum, acesse.

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Aqui escreveu A., Capitã do Expedição Musical.
Câmbio. Desligo. 

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