Bastou ouvir uma vez e eu estava apaixonada. Perdida nas ondas pop psicodélicas de “Honey Sweet” do Blossoms. Essa experiência me fez aprender duas coisas: que é possível se apaixonar por uma música e que amor à primeira vista (ou nesse caso ouvido) realmente existe.
Desde então, Blossoms é uma figura recorrente em minha playlist, tendo Honey Sweet um lugar especial nela, é claro. Dito isso, eu vos apresento Blossoms! Nosso Artista da Semana.
Os integrantes da banda.
(Source: http://www.nme.com/news/music/blossoms-share-stranger-things-inspired-new-video-1965724)
A jornada deles começa em Stockport, Grande Manchester, Inglaterra (onde eles moram até hoje), com cinco rapazes que nasceram no hospital Stepping Hill ainda que não no mesmo dia ou ano.
Enquanto cresciam, eles moraram em um raio de 2km mas não se conheceram. Foi durante o ensino médio que a história deles iria começar, quando Joe Donovan (bateria) e Tom Ogden (vocal e composição) se conheceram; nesse meio tempo Donovan conheceu também Charlie Salt (baixo, teclado sintetizador e backing vocals).
Os outros membros do grupo, Myles Kellock (teclado, teclado sintetizador e backing vocals) e Josh Dewhurst (guitarra e percursão) uniram-se á banda em Janeiro 2013, época em que Joe e Tom trabalhavam juntos em um hotel. A banda recebeu esse nome em homenagem á um pub local chamado The Blossoms e começou a ensaiar em um galpão que pertence ao avô de Charlie Salt (espaço ideal para eles já que era enorme e, principalmente, gratuito).
Um ano depois, o coletivo lançou seu primeiro single, chamado “You Pulled A Gun On Me”, o qual ainda que produzido por eles mesmos, conseguiu demonstrar com maestria seu potencial e talento. A música chamou a atenção da Skeleton Records que assinou contrato com eles na primavera de 2014.
Alguns meses mais tarde, eles embarcaram em sua primeira turnê, para promover seu EP de estreia "Bloom". Seus shows aconteciam apenas em fins de semana, já que todos os membros continuavam tendo empregos fixos.
Logo da banda.
(Source: http://www.blossomsband.co.uk/xmas-2016/9/)
No outono de 2014, os integrantes decidiram dar tudo de sí á banda, então, eles largaram seus empregos e se dedicaram integralmente á ela.
Blossoms vem ganhando cada vez mais reconhecimento, o que possibilitou que conhecessem alguns de seus ídolos (como Alex Turner do Arctic Monkeys e os irmãos Gallagher do Oasis), atingissem o topo das paradas com algumas de suas músicas, cedessem várias entrevistas, apresentassem-se nas mais diversas casas de show e festivais (como Glastonbury, T in the Park e TRNSMT Festival) e fossem nomeados á importantes prêmios como o da BBC “Sound of 2016” (ficaram na quarta posição) e o Mercury Prize 2017 (em que foram finalistas).
Até o presente momento, eles lançaram 4 EPs e um álbum de estreia homônimo, Blossoms (2016). A banda já terminou de gravar seu segundo CD e devem lançá-lo em breve.
Agora, nós separamos 4 canções deles, as quais achamos que você não pode perder:
1 – Honey Sweet
Honey Sweet é única e, em minha humilde opinião, o melhor trabalho do grupo. Tom Ogden, vocalista do Blossoms, parece concordar comigo. Em uma entrevista para o AXS em 2016, quando perguntado qual sua música preferida do álbum e porquê, ele respondeu “Pode mudar com o tempo mas eu tenho que dizer “Honey Sweet”. Ela capta algo especial. E eu estou muito orgulhoso dessa canção. Alguém no Twitter a descreveu como uma "Heart of Glass" da Blondie, moderna. Eu adoro essa referência. Eu não disse isso mas vou me apropriar da comparação. (risos)". A entrevista completa você confere (apenas em inglês) aqui.
O sintetizador é um dos pontos altos da música. Ele é cativante e dita o ritmo de toda a música (assim que você ouve a primeira nota, tudo o que quer fazer é dançar). O acompanhamento provido pela bateria, o complementa muito bem e quando a voz melódica e suave de Tom é adicionada, nós temos uma sinfonia completa, atingimos o nirvana.
Minha parte favorita é no final quando fica-se repetindo "honey sweet", a sensualidade do trecho é o auge da música. É como se você tivesse esperado esse tempo todo só para ouvir a tal sequência.
Ainda falando sobre a letra, também adorei o jogo de palavras feito com "incomplete" que significa "incompleto", ás vezes a palavra parece se referir ao protagonista da música (como uma pessoa incompleta, que sente falta de algo) e ás vezes parece falar sobre a incompletude do relacionamento do casal da música (já que eles terminaram). Considerando tudo, temos uma letra direta, honesta e sagaz com uma batida envolvente.
2 – Charlemagne
Como em Honey Sweet, o sintetizador e a bateria são os principais componentes aqui, mas de uma forma completamente diferente. Novamente a música começa no sintetizador, e nós sentimos aquela vibe anos 80 que parece ser a base da maioria das músicas do Blossoms, mas Charlemagne é mais dinâmica e "misteriosa" que a outra. Sua letra é mais metafórica e todos seus elementos em conjunto conferem a ela um tom mais sóbrio e obscuro.
A voz do Tom está mais alta e isso se torna evidente quando analisando a escolha de palavras da canção, seus versos são majoritariamente terminados com sílabas tônicas, como na frase de palavras com uma sílaba “Mars, tried, hide, cried, died”. Isso também contribui para a música ser tão melodiosa.
A voz do Tom está mais alta e isso se torna evidente quando analisando a escolha de palavras da canção, seus versos são majoritariamente terminados com sílabas tônicas, como na frase de palavras com uma sílaba “Mars, tried, hide, cried, died”. Isso também contribui para a música ser tão melodiosa.
Pausas estratégicas no decorrer da canção para criar tensão, também foram muito inteligentes e bem feitas, nós quase sentimos nosso coração batendo mais rápido, na expectativa da deliciosa batida que sabemos que virá a seguir.
3 – Getaway
Em Getaway, um tamborim controla o ritmo; o que faz a música ser mais lenta do que as outras duas mencionadas anteriormente. Aqui, conseguimos também ouvir os instrumentos de corda de forma mais clara e forte.
O duplo sentido da frase “I’m over you, get under me” também é muito interessante e perspicaz. A introdução gradual de instrumentos ao longo da canção é muito delicada e bem-sucedida.
4 – You Pulled A Gun On Me
De acordo com alguns comentários no YouTube, “You Pulled A Gun On Me” é uma mistura de The Beatles, The Doors e Arctic Monkeys e nós não poderíamos concordar mais!
O órgão é a estrela da melodia, guiando-a até o fim. Esse é um dos seus trabalhos mais antigos e aqui nós podemos ver o quanto seu som evoluiu.
Esta é uma ótima música, com um balanço ritmico espetacular, que definitivamente merece ser ouvido. Um fato curioso é que o clipe desta música foi feito com o modesto orçamento de £60.
Há algumas semanas, começaram rumores de que a banda estava enfrentando um desentendimento entre Joe e Tom. Tudo começou com um video compartilhado pela Even The Stars UK, no qual Joe faz algumas declarações acerca de Tom. Assim que o vídeo foi ao ar, Tom respondeu às acusações de Joe usando sua conta no Twitter e a troca de ofensas entre os dois continuou por um bom tempo.
Agora, com o recente lançamento da “Blossoms Helpline”, uma linha telefônica criada pela atual gravadora da banda, Virgin EMI, para "dar suporte às pessoas que estão temendo o término da banda", fãs do mundo todo se perguntam se a briga é para valer ou se é tudo uma grande piada. Ligando para o número, você é cumprimentado pelo que parece ser o trecho de uma nova música da banda e, quando o telefone é "atendido", você ouve uma mensagem gravada por Josh Dewhurs;, posteriormente, é feito um convite para que você deixe a sua própria mensagem de voz. Para ler mais sobre esse assunto, acesse.
Publicidade ou Realidade?
(Source: http://www.bestnewbands.com/featured-artists/time-season-interview-blossoms/)
E você marujo, o que acha? É tudo uma jogada de marketing para promover o novo álbum ou o futuro do Blossoms está realmente ameaçado? Compartilhe conosco sua opinião na seção de comentários abaixo.
Se quiser saber mais sobre essa banda maravilhosa e polêmica que quer ser conhecida por todo o mundo, entre em seu website.
Até breve!
Aqui escreveu A., capitã do Expedição Musical.
Câmbio. Desligo. 
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